Olá, Pessoas!
Como profissional de
Comunicação e atuante também na mídia, sempre prestei atenção
em outros apresentadores – e até me espelhei neles – quando o
assunto é entrevista.
Vale ressaltar que
muitos destes apresentadores que admiro estão no rádio.
Puxando a sardinha,
acredito e tenho provas, de que o rádio desenvolve o argumento, o
raciocínio lógico, a oralidade e até ajuda a desinibir.
Estes temas, tão
difíceis de serem abordados pelas faculdades de jornalismo, alcançam
fluidez e soam naturais neste veículo fantástico que exige rapidez
de pensamento e objetividade.
Todo jornalista, quando
não trabalha em uma editoria específica, seja ela de economia,
esporte, cultura, saúde, é, de certa forma, obrigado a ter uma
formação generalista, saber de tudo um pouco.
Sendo assim, fica
difícil aprofundar num assunto para tirar dele o maior proveito
possível e, consequentemente, se fazer entender.
Partindo deste
princípio, tenho notado uma dificuldade em muitos jornalistas em se
fazer entrevistas e então, partem para o mais fácil: um
questionário com algumas perguntas que eles julgam serem as mais
adequadas e vamos para a sabatina!
Numa entrevista,
acredita-se que, como num roteiro, haverá começo, meio e fim.
Ou seja: o apresentador
faz uma introdução do assunto, insere o entrevistado no contexto,
faz a primeira pergunta, desenvolve o argumento e, de acordo com o
tempo disponível, depreende se pode alongar o assunto ou não.
Isto seria o ideal mas
nem sempre acontece.
Poucos são os que
conseguem seguir esta sequência lógica e por isso, se perdem já na
primeira pergunta, quase sempre 'nada a ver' com o objetivo da pauta.
Ninguém precisa ser
'expert' em todo assunto, mas muitas vezes, a realidade exige
um certo conhecimento, um certo preparo antes de iniciar a
entrevista.
O que vemos,
infelizmente, é um questionário sem fim, com repórteres
perguntando a mesma coisa que o entrevistado já respondeu e
constrangendo este a dar uma nova resposta para a mesma pergunta.
Isto não significa
dizer que a elaboração de um questionário não seja importante,
mas há que seguir alguns critérios que nem sempre são levados em
consideração. Muitas perguntas, se respondidas de outra maneira,
podem 'cair' tranquilamente que não farão a menor falta.
É esta sensibilidade
que o entrevistador deve ter.
É esta sensibilidade
que está cada vez mais escassa.
Para isto, vão algumas
dicas:
Preparo do roteiro e
não simples perguntas: Conheça o entrevistado. Seja humilde.
Pergunte de quem se trata ou faça uma breve pesquisa na internet.
Não é necessário ler o currículo inteiro e montar um dossiê
sobre o entrevistado, mas é possível, através de tags, saber quem
ele é;
Atenha-se ao
lead: Perguntas desnecessárias, que qualquer um faria
ou já fez, podem ser descartadas devido a sua irrelevância;
Desenvolva
argumentos de forma sucinta: Muitas vezes, o jornalista que faz
uma pergunta mal elaborada, tenta explicá-la e se perde nestas
explicações se alongando. Pense antes de perguntar;
Acompanhe o
raciocínio do entrevistado: Fique atento, procurando 'ganchos'
que possam gerar a próxima pergunta. Um termo a ser explicado, por
exemplo. Isto enriquece a pauta.
Seguindo estas dicas
básicas, a entrevista ocorrerá de forma fluida evitando a
repetição, tão comum em nossos dias.
E outra dica importante
pra você que faz TV: Quem disse que é preciso ficar rindo para o
entrevistado enquanto ele responde a sua pergunta?
Pense nisso e sua
entrevista será mais enriquecedora das próximas vezes e você
ganhará mais confiança para falar de vários assuntos, mesmo que
estes não façam parte de seu cotidiano.
É isso.
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