sexta-feira, 28 de junho de 2013

Jornalista: Entrevista ou Questionário?

Olá, Pessoas!

Como profissional de Comunicação e atuante também na mídia, sempre prestei atenção em outros apresentadores – e até me espelhei neles – quando o assunto é entrevista.
Vale ressaltar que muitos destes apresentadores que admiro estão no rádio.
Puxando a sardinha, acredito e tenho provas, de que o rádio desenvolve o argumento, o raciocínio lógico, a oralidade e até ajuda a desinibir.
Estes temas, tão difíceis de serem abordados pelas faculdades de jornalismo, alcançam fluidez e soam naturais neste veículo fantástico que exige rapidez de pensamento e objetividade.
Todo jornalista, quando não trabalha em uma editoria específica, seja ela de economia, esporte, cultura, saúde, é, de certa forma, obrigado a ter uma formação generalista, saber de tudo um pouco.
Sendo assim, fica difícil aprofundar num assunto para tirar dele o maior proveito possível e, consequentemente, se fazer entender.
Partindo deste princípio, tenho notado uma dificuldade em muitos jornalistas em se fazer entrevistas e então, partem para o mais fácil: um questionário com algumas perguntas que eles julgam serem as mais adequadas e vamos para a sabatina!
Numa entrevista, acredita-se que, como num roteiro, haverá começo, meio e fim.
Ou seja: o apresentador faz uma introdução do assunto, insere o entrevistado no contexto, faz a primeira pergunta, desenvolve o argumento e, de acordo com o tempo disponível, depreende se pode alongar o assunto ou não.
Isto seria o ideal mas nem sempre acontece.
Poucos são os que conseguem seguir esta sequência lógica e por isso, se perdem já na primeira pergunta, quase sempre 'nada a ver' com o objetivo da pauta.
Ninguém precisa ser 'expert' em todo assunto, mas muitas vezes, a realidade exige um certo conhecimento, um certo preparo antes de iniciar a entrevista.
O que vemos, infelizmente, é um questionário sem fim, com repórteres perguntando a mesma coisa que o entrevistado já respondeu e constrangendo este a dar uma nova resposta para a mesma pergunta.
Isto não significa dizer que a elaboração de um questionário não seja importante, mas há que seguir alguns critérios que nem sempre são levados em consideração. Muitas perguntas, se respondidas de outra maneira, podem 'cair' tranquilamente que não farão a menor falta.
É esta sensibilidade que o entrevistador deve ter.
É esta sensibilidade que está cada vez mais escassa.
Para isto, vão algumas dicas:
Preparo do roteiro e não simples perguntas: Conheça o entrevistado. Seja humilde. Pergunte de quem se trata ou faça uma breve pesquisa na internet. Não é necessário ler o currículo inteiro e montar um dossiê sobre o entrevistado, mas é possível, através de tags, saber quem ele é;
Atenha-se ao lead: Perguntas desnecessárias, que qualquer um faria ou já fez, podem ser descartadas devido a sua irrelevância;
Desenvolva argumentos de forma sucinta: Muitas vezes, o jornalista que faz uma pergunta mal elaborada, tenta explicá-la e se perde nestas explicações se alongando. Pense antes de perguntar;
Acompanhe o raciocínio do entrevistado: Fique atento, procurando 'ganchos' que possam gerar a próxima pergunta. Um termo a ser explicado, por exemplo. Isto enriquece a pauta.
Seguindo estas dicas básicas, a entrevista ocorrerá de forma fluida evitando a repetição, tão comum em nossos dias.
E outra dica importante pra você que faz TV: Quem disse que é preciso ficar rindo para o entrevistado enquanto ele responde a sua pergunta?
Pense nisso e sua entrevista será mais enriquecedora das próximas vezes e você ganhará mais confiança para falar de vários assuntos, mesmo que estes não façam parte de seu cotidiano.


É isso.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Um pitaco nos anúncios imobiliários

Olá, pessoas!

A especulação imobiliária é um assunto bastante intrigante e pode também gerar muitas interpretações na forma como isso é comunicado aos futuros clientes.
Afinal, quantos e quantos anúncios recebemos falando de sustentabilidade e desenvolvimento?
Será que isto condiz com a realidade na entrega das chaves?
Pensando nisso, teci algumas linhas sobre o assunto para conhecer a sua opinião.
Vamos lá...
Falando nisso: você já 'mediu' quantos metros de área verde tem no seu condomínio?
Este número é condizente com o material de propaganda que te entregaram no semáforo?

O que os anúncios imobiliários não mostram:
"Venha para uma reserva de 20 mil metros quadrados de mata virgem".
O comprador só não percebe que, ao chegar no imóvel pronto, este número parece não existir. 
O motivo é óbvio:
Vende-se a natureza nos folders mas entrega-se concreto armado com salão gourmet, spa, academias e afins.
O comprador não percebe que, para se construir casas, a área verde é subtraída em prol da construção e assim, gradativamente, o passivo ambiental das construtoras aumenta, mas elas tem como resolver isso com respaldo dos órgãos ambientais: pegam espécies nativas de determinada região e plantam em locais aonde tais espécies não reconhecem como habitat.
É assim que se cresce sem desenvolvimento. Este, fica restrito apenas às propagandas ecologicamente corretas.
Mas, há uma certa coerência em tudo isso, principalmente por parte dos grandes empreendimentos: quem se preocupa em ficar numa mata virgem com todos os equipamentos de um condomínio?
Percebeu como funciona o sistema?
Falar de ecologia e sustentabilidade é fácil.
Agir para que a ecologia e a sustentabilidade seja possível é outra coisa.


É isso.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Falar muito não é falar bem

Olá, pessoas!

Frequentemente a Oratória é confundida como um conhecimento que só deve ser relacionado aos políticos.
Quando se toca no assunto, muitos, desconhecedores profundos do tema, sempre citam algum candidato, algum manifestante ou algo que o valha.
Acontece que a Oratória precisa ser desmistificada.
Há a necessidade de se tirar essa aura de pomposidade, intelectualidade e formalidades que ela exala.
Dá para ser um bom orador em todos os segmentos, em todos os sentidos.
Dá para proferir palestras, ensaios, seminários de uma forma fluida, sem rodeios, com uma comunicação clara e objetiva.
No meu entendimento, creio que as pessoas deveriam se atentar mais para a importância da comunicação oral. Afinal, é dela que depende o resultado final de qualquer um de nossos projetos que são escritos, muitas vezes, quando estamos sozinhos ou em período de concentração.
Esse recolhimento faz parte do processo de criação, pois precisamos de um tempo para conjecturar, organizar, propor e escrever nossas ideias.
E chega uma hora que estas ideias precisam sair do papel, alcançar novos participantes, desenvolver novos argumentos, se adaptar às reais necessidades que nem sempre estão presentes 'na hora da teoria'.
Muitas vezes, achamos que, pelo fato de falarmos muito estamos falando bem.
E não é assim que a verdadeira comunicação se processa.
Será que estamos falando algo com conteúdo?
Será que não estamos apenas compilando outro (imitando qual um papagaio) ao invés de expormos nossos próprios pensamentos?
Será que estamos aptos a enfrentar (no bom sentido) uma plateia e colocar nossos argumentos com fluidez, de modo que nos sintamos satisfeitos após uma apresentação?
Pensando nisso, elaborei algumas dicas simples para facilitar todo esse processo.
Testei comigo mesmo há anos quando comecei a pensar numa comunicação plena e posso dizer que os resultados foram satisfatórios.
Pratique você também.
- Estimule sua leitura.
Por mais desconhecido que seja o assunto num primeiro momento, isso vai auxiliá-lo a conhecer novas palavras e saber como o outro está pensando sobre determinado assunto;
- Elabore seu raciocínio.
Antes de começar a falar muito, saiba aonde você quer chegar com a comunicação.
Ultimamente, o storytelling é muito requisitado e, em suma, nada mais é do que 'saber contar a história'. Começo, meio e fim são importantíssimos para a compreensão do outro.
- O óbvio precisa ser dito.
Muitas vezes dizemos algo e achamos que o interlocutor entendeu perfeitamente porque aquilo 'é óbvio'. Isso gera ruído na comunicação. Não tenha medo de ser explicativo.
- Seja sucinto e objetivo.
Evitar floreios e utilizar palavras difíceis que dificultam o entendimento.
Você usa alguma rede social?
Crie um blog. Exponha suas ideias. Releia. Revise.
Tem problema em 'se estender muito'?
Então, utilize o twitter. Tente expor seu raciocínio em poucas palavras. Daí a nossa sugestão para vários tipos de leitura. Nós conseguimos dizer a mesma coisa de formas diferentes. Basta tentar.
- Seja direto
O politicamente correto, muito em uso hoje em dia, pode prejudicar e até desviar o foco do assunto que você quer abordar;
- Curto e grosso.
Isto não significa ser deselegante ou mal educado. Você tem de passar suas ideias com clareza e objetividade e não se ater a termos usuais que não levam a lugar algum;
- Comece treinando em casa.
O método é simples e tem uma base até familiar:
Como conseguiremos encantar a pessoa de fora – que não nos conhece – se nem dentro de casa conseguimos nos comunicar corretamente?
Comece praticando de forma espontânea, mas consciente, com as pessoas que estão próximas a você.
Elabore suas ideias, explique-as e se faça entender.
- Comece sempre do zero.
Nunca admita que já sabe tudo. A Oratória é um constante aprendizado e o falar em público corretamente auxilia não só no trato social como também no profissional.
Caso precise se aprimorar com monitoramento, entre em contato e terei a disponibilidade para assessoria neste sentido.
Afinal, quem não se comunica, se trumbica, como diria o Velho Guerreiro.

É isso.