Olá,
pessoas!
Ah!
Os meus colegas publicitários com certeza dirão que ideia não se
guarda.
Isto
é óbvio: ao utilizarmos uma boa ideia em um projeto (seja ele
corporativo ou na vida pessoal) sempre vem outra ideia mais criativa
para o próximo projeto e assim sucessivamente. Quando guardamos uma
ideia, abortamos a possibilidade de termos uma ideia mais criativa.
Mas,
quantas vezes um tema nos assalta e estamos impossibilitados para
desenvolvê-lo ou ficamos procurando um argumento que venha
endossá-lo?
Daí,
a necessidade de termos um lápis e um caderninho de anotações para
esperarmos o momento oportuno.
Falando
nisso, este título está na fila aguardando há, pelo menos, uns 6
meses. Isso mesmo: 6 meses!
Agora,
ele vem a calhar devido ao fato que tomou conta de uma das principais
revistas do país: a Exame.
No
artigo,
consta que a diretora de criatividade da Blackberry
(as empresas se utilizam destes artifícios para aproximar a marca do
seu target: Will.i.am,
Lady Gaga são outros exemplos) a cantora Alicia Keys foi pega
enviando mensagens nas redes sociais através de um dispositivo que
utiliza o sistema iOS, portanto, do seu maior concorrente.
O
curioso é saber que a Blackberry
foi líder no segmento smartphone, tendo
perdido essa liderança justamente para a Apple,
fabricante do iPhone, que utiliza este sistema.
Ao
ter a divulgação comentada, a cantora e diretora de criatividade se
desculpou dizendo ter tido sua conta no Twitter hackeada.
(não
que tenha realmente acontecido, mas também é uma desculpa óbvia).
Levando
para o termo corporativo, quantas empresas se esquecem de informar
seus colaboradores sobre suas tarefas básicas, achando que eles já
saibam o que deve ser feito.
Com
isso, grandes lacunas se
abrem dentro das organizações
que, a exemplo da Blackberry,
podem até investir milhões em publicidade mas se esquecem de
alertar o seu board sobre
questões simples: neste
caso, não usar aparelhos do concorrente. Aliás, a primeira medida
quando empossou a diretoria de criatividade, deveria ser substituir
todos os aparelhos.
A
informação deve ser não só
controladas, como também discutida
nos seus mínimos detalhes, pois eles podem
fazer toda a diferença.
Quantos
de nós já não vimos um exemplo como este?
Uma
empresa contrata um estagiário e o
RH não lhe informa que sua
tarefa será auxiliar o seu superior imediato. Isto
é óbvio. Este, por sua vez,
acha que o RH já informou ao
estagiário das suas funções
e que 'não precisará passar o que deve ser feito'. Óbvio.
Como nada foi passado de antemão, o
estagiário começa a perambular pelos demais setores com cara de
cachorro caído de mudança sem
saber o que fazer. O funcionário antigo começa a achar que o
estagiário está perambulando por pura vadiagem (óbvio) e, ao invés
de informá-lo sobre suas funções, decide ganhar uns pontos com o
chefe (óbvio). O chefe pega marcação com o novato (óbvio) e, ao
pensar que este foi informado pelo RH (seria óbvio), o demite na
primeira oportunidade por não executar sua tarefa (também óbvio).
Ao ser demitido, o ex-estagiário leva uma ideia negativa da empresa
(óbvio) que até tinha boas intenções com ele (óbvio) mas não
soube informá-lo.
Na
vida pessoal também é assim: quantas vezes não esquecemos de
perguntar e de falar o óbvio?
Vamos
ao mercado e, ao comprarmos frios nos esquecemos do pão, e, ao
chegar em casa e sermos perguntados sobre a falta do pão, nos
defendemos com a pergunta: Mas era pra comprar? Por que você não
falou? E recebemos a réplica: Por que você não perguntou?
Nas
empresas acontece o mesmo: ao omitirmos o que seria o óbvio, damos
razão e força para ambas as partes, mesmo que estas não estejam
devidamente certas.
Por
que você não falou? Porque você não perguntou.
O
óbvio TAMBÉM precisa ser dito, pois nem sempre o outro está
pensando o que achamos que ele esteja pensando. Geralmente não está.
No
caso da Blacberry, nem a diretora de criatividade estava.
É
isso.