Olá, pessoa!
Para não fugirmos do foco (palavras e expressões), digamos que a semântica foi prejudicada no texto que diz respeito às relações entre patrão e empregado.
Não
há nada de reforma em se tratando de 'reforma' trabalhista.
O que houve, foi uma
falta de significação em torno do tema e, com isso, cunharam este arremedo de
lei como ‘reforma’.
Depois
de assistir ao Roda Viva, percebe-se que o que temos, ao invés da ‘reforma’, é
uma simples tradução do que vemos atualmente no mercado de trabalho: o
trabalhador sem garantias e cada vez mais tendo de partir para o
empreendedorismo e geração dos próprios resultados.
Muito se diz que a flexibilização prevista nisto que chamam erroneamente
de reforma, será o caminho a seguir. Assim, poderemos ter quantos empregos
quisermos no mesmo dia e, se quisermos ter patrão, é só bater na porta ao lado
e ‘se empregar’.
Bom,
né? É aguardar e ver as filas pela procura de emprego minguarem num passe de mágica.
Quem
vive a vida real sabe que não é deste jeito que a coisa, que já foi chamada de
emprego com carteira assinada, se processa.
Em
suma, o que ocorre é (mais) uma tapeação do governo no que tange as relações de
trabalho dignas:
Ao
se falar em flexibilização cria-se a ilusão de que é a falta dela que trouxe a
cifra assustadora de 13 milhões de desempregados no país.
Só
que não.
Isso sem contar os tão festejados
microempreendedores individuais (MEI) que abriram empresa ‘a rodo’ nos últimos
anos (quase 7 milhões!) que não produzem ou faturam o suficiente para o próprio
sustento, mas que não entram na estatística do CAGED, IBGE e relatorios sonhadores
dos técnicos do SEBRAE.
A
‘flexibilização’ é a forma que o governo encontrou para não fazer a parte dele:
o que o Brasil precisa é de redução de impostos e tributos que incentivem o
empresariado a produzir, a criar, a gerar novos postos de trabalho. O que o
Brasil precisa para voltar a crescer é de uma estrutura burocrática menos
exigente, que não deixe o empreendedor marcando a barriga no balcão na frente
de um funcionário público cheio de má-vontade e falta de conhecimento.
Isto
que estão chamando de reforma, nada mais é que um ‘libera geral’, ‘trabalhe sem
registrar’, ‘pague o quanto quiser’, ‘negocie o nada com o seu patrão’ e tudo o
que se possa imaginar de perda de direitos antes considerados básicos.
E
que não se confunda direito com privilegio. Afinal, o verdadeiro trabalhador só
quer trabalhar e ganhar o que lhe é mister. Sem levar o patrão às instâncias
judiciais pra ‘levar mais um troco’ depois de receber o seguro desemprego.
A
reforma tributaria seria mais salutar e desenvolvimentista para o país do que
isto que estão chamando de reforma trabalhista.
E
o governo mais uma vez tira o corpo da jogada, passando para patrões e
empregados, a obrigação que deveria ser dele.
Aí,
quando estes se decidirem, ele fica com a melhor parte do bolo: os impostos sem contrapartida.
Prejudicou-se
a semântica e, não encontrando um termo para aplicar a esta redação esquisita,
deram-lhe o nome de reforma.
Não
há reforma.
É
isso.