Olá, pessoas!
Sou
entusiasta da tecnologia, das redes sociais e de tudo que puder facilitar a
comunicação. Por outro lado, abomino o seu uso indiscriminado apenas para quem
quer passar uma imagem de bonzinho, afinal, ser politicamente correto está mais
que na moda e, resumindo, ser falso e prepotente também.
Nas redes,
podemos ter vários amigos atrelados ao nosso perfil, lotando nosso perfil,
pedindo ingresso em nosso perfil, o que de certa forma, pode nos dar aquela
falsa impressão de popularidade.
Ledo engano.
Quando
compartilhamos algo nas redes, principalmente no famoso facebook, instantes
depois, recebemos vários ‘curtir e compartilhar’, ainda mais quando se trata de
algo que não acrescente nada relevante à vida de alguém. Se for trolagem, memes
ou notícias sobre futebol então, prepare-se! Você virou celebridade instantânea
e será tido como ‘o cara’!
As redes
podem gerar negócios e aproximar profissionais de diversos setores, mas é
comum, numa reunião presencial agendada através delas, verificarmos uma certa
animosidade no tocante a opiniões, atitudes ou posturas.
Sendo assim,
melhor continuar no mundo virtual destilando falsidades e demagogias e
agradando todo mundo, se passando por bonzinho, do que tentar entender e
aceitar o outro como ele é.
É comum
fazermos projetos e postarmos nas redes e recebermos um ‘me chama’, ‘é isso aí’,
‘força aí’, ‘sucesso’, ‘conte comigo’ e coisas do tipo.
Animados que
ficamos, é claro que na hora da execução dos projetos, vamos fazer valer nossa
tão proclamada influência virtual e recorremos ao povo da animação on-line, que
posta mensagens positivas, critica o time do outro ou implora pela chegada da
sexta-feira. A surpresa é tão acachapante quanto as mensagens de apoio: a
sonoridade falsa se reverte na mesma hora e o apoio dado através das redes se
transforma num fardo pesadíssimo de se carregar e o resumo é sempre o mesmo: ‘boa
sorte’.
E assim, se
constroem ‘relacionamentos’ calcados na mediocridade, na falsidade e na
linguagem moderninha do politicamente correto.
O ser humano
está cada vez mais se tornando uma ilha e se achando conectado, criando uma
distância pela (falsa) proximidade. Enquanto isso, a sua capacidade de
articulação, de envolvimento com a sociedade vai minguando e ele se sentindo
cada vez mais só – daí ir se lamentar, também nas redes sociais.
Não seria a
hora de largarmos o clique de sofá e ligarmos para alguém em razão de seu
aniversário, visitar um parente, ir ver um bebê de um amigo ao invés ficarmos
dando ‘curtir’ nas fotos que acompanham o crescimento da criança?
Distribuir
orações e correntes pela web, compartilhar foto de criancinha desaparecida há
18 anos ou publicar fotos de acidentes pedindo ‘paz no trânsito’, não vai nos
tornar seres humanos melhores, nem será indicador de nossa preocupação com o
próximo. Ao invés disso, nos tornará presunçosos e recalcados ao percebermos
que não ajudamos de fato, apenas compilamos algo que foi mal produzido por
outrem.
Cases:
As redes
sociais, tal qual se tornaram hoje, replicam atitudes do dia a dia, como por
exemplo:
A pessoa que
está do seu lado e, ao sair, diz ‘um abraço’ e vai embora; é o convite
respondido com um vago ‘se der eu passo lá’; é um encontro combinado com o
manjado ‘vamos marcar um dia’ quando há a oportunidade de se resolver naquele
instante com um simples ‘não’.
Já que o
politicamente correto foi deixado de lado nestas linhas, o que dizer daquele
que nunca mais viu um amigo ou fez conta dele e, ao saber de sua morte, vai
colocar no seu ‘perfil’ um falso: R.I.P. e destila um monte de oração
espirituosa em favor dele?
Hipocrisias assim estão à solta por aí, poluindo as redes.
Para
exemplificar, encerro com um ocorrido que me fez continuar com fé no ser humano
– o de verdade, não o virtual:
Dia desses
precisei de um contato numa empresa para a qual já tinha prestado serviço. Era
em outro departamento e, como sempre, recorri ao e-mail de um velho amigo que conheci
nesta empresa anteriormente. Horas depois, ele me retorna, também por e-mail,
dizendo não fazer mais parte do board e que não sabia quem era o responsável
pelo departamento a que me referi.
Agradeci, como
de praxe, falamos sobre amenidades e desconectamos. No dia seguinte, ao
verificar meu e-mail, encontro lá nome e telefone do responsável pelo
departamento que havia solicitado. Este meu amigo disse que tinha entrado em
contato com a antiga empresa e me recomendado e, consequentemente, conseguido
as informações de que eu precisava.
Ao fazer este
comentário com minha esposa durante o jantar ela me disse: “É isso que toda
pessoa correta deveria fazer, mas, como isto está cada vez mais raro, ao agir
desta forma (correta) pessoas se tornam especiais".
Realmente
este meu amigo faz parte deste rol cada vez mais reduzido atualmente.
Detalhe: não
o conheci curtindo suas trolagens ou compartilhando assuntos irrelevantes. O
conheci durante um evento, tomando café e dando um abraço ao final da reunião.
É isso.