segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O paradigma das frases sem sentido


Olá, pessoa!
Paradigma. Quem nunca ouviu falar nessa palavra?
Tão rechaçada por mentores, pretensos gurus e treinadores, parece se referir apenas a comportamentos repetidos ou para modelar algumas desculpas.
Mas, você já parou para pensar no quanto uma frase-paradigma pode ter efeito na sua ação ou na sua não-ação?
E você sabia que pode fazer uso dela até sem saber?
Neste artigo, vou citar apenas algumas para puxar o novelo da sua memória:
“Segunda-feira eu começo”: sempre que se tem um regime ou uma dieta para se fazer, esta é a preferida. Quem nunca recorreu a ela?
“Ano que vem eu faço”: para se referir a algo que a pessoa sabe que necessita, mas ainda inventa uma desculpa para falar que não dá para realizar naquele momento. Os anos passam e ela acaba não fazendo o que quer que seja.
“Vamos marcar”: Vamos marcar de fazer um churrasco, vamos marcar de almoçar, vamos marcar um café. E a palavra ‘vamos’ serve para dar esperança, aumentar a expectativa de quem a ouve e no fundo, não denota nenhuma ação e acaba por virar uma adiamento (ou se preferir, procrastinação).
“Se precisar de algo é só me chamar”: esta é perigosíssima, pois coloca o outro praticamente na sua mão. Você se mostra o resolvedor, o solucionador de problemas. Só que, na hora que é procurado, inventa um argumento qualquer, pula fora e, na despedida, lança a frase novamente.
“Te desejo boa sorte”: talvez não exista frase pior. Ao ouvir isto, dá-se a impressão que no plano material não há nada mais a se fazer e o jeito é apelar para o cosmos.
(Note que a atendente da casa lotérica deseja boa sorte para todo mundo. Por aí percebe-se que a frase não significa coisa alguma na prática).
Você costuma se mover por frase-paradigma?
Se sim, fica a dica:
Antes de dizê-la, reflita se ela combina exatamente com aquilo que você deseja para o momento, pois, assim como um comportamento padrão não te traz resultados positivos, estas expressões têm o mesmo efeito improdutivo.
Pense nisso.
É isso.


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Oratória: quando o medo é o de menos


Olá, pessoa!
Neste artigo vou ser bastante cirúrgico na hora de abordar um tema muito comum, usado como estratégia de marketing para cursos de Oratória: o medo de falar em público.
Sem dúvida, um belo mote, afinal,  uma pesquisa encomendada pelo Sunday Times apontou que 41% dos entrevistados apresentou este tipo de medo. Se você acha pouco, saiba que apenas 19% deles disse ter medo da morte.
Mas, para não cairmos no lugar comum, vamos falar do medo como mola propulsora na hora de se fazer apresentações. Acredite ou não, é ele que vai fazer você medir o teor das suas palavras.
E aqui, vou colocar uma crítica nestes inúmeros cursos de falso empowerment que prometem colocar o participante em ponto de bala pra falar o que quiser.
Pois bem. É aí que mora o perigo!
Perder o medo de falar em público pode fazer com que você seja empoderado do lado errado, ou seja: pode te dar uma coragem espetacular para falar besteira.
Muitas vezes, o medo, aquele friozinho que sentimos na barriga ao nos apresentar para plateias grandes ou pequenas, é uma centelha para que fiquemos atentos ao que vamos dizer.
O segredo desta equação não é simplesmente perder o medo: é achar o conteúdo correto para dizer. De nada adianta ser O corajoso se, na hora de expor sua ideia, ela não tem qualidade.
Usar esta centelha para manter o norte na comunicação é de fundamental importância, principalmente numa época em que todos querem falar, mesmo que seja mera bobagem.
Com relação a isso, certa vez o jogador Romário soltou a seguinte frase contra um desafeto seu, o Pelé: “calado ele é um poeta.”
Então, antes de buscar perder o medo, preste atenção se o que tem a dizer vai transformar alguém de forma positiva. Caso contrário, você tem duas opções: ou melhora seu conteúdo ou se mantém calado.
É isso.