terça-feira, 25 de setembro de 2012

25 de Setembro - Dia do Rádio: Dá pra reinventá-lo?



Olá, pessoas!

Dia 25 de Setembro – Dia do Rádio

Landell ou Marconi.
Quem inventou o rádio?
A resposta, que sempre causou polêmica, não importa.
O que importa é o amor pelo rádio e pelo apreço às palavras soltas no ar que só ele pode proporcionar.
O rádio, que muitos apregoam o fim, resistiu aos avanços da televisão – hoje faz parte dos canais digitais -  e às falácias quando do surgimento da internet – atualmente, as web radios deixaram de ser tendência e são uma realidade. Até os mais modernos gadgets sempre tem lá um aplicativo de rádio para baixarmos!
Neste post, vou compartilhar a minha visão de professor de Comunicação (e o rádio está intrínseco) e de quem vivencia o meio. Nem preciso citar as grandes vozes que fizeram história, pois estas, com o perdão do trocadilho, falam por si só; sem contar os comerciais e jingles que até hoje fazem parte dos arquivos dos historiadores e que servem de bons exemplos em salas de aula.
No Dia do Rádio, nada melhor do que escrever um pouco sobre este veículo que praticamente sobrevive a tantas falsas profecias, que se reinventa e que prima pela convergência de opiniões ou até mesmo pela divergências destas. Quer se expressar da sua forma? Use o rádio.
Essa questão de se poder soltar o verbo no ar, com conhecimento de causa, atinge a milhares de pessoas ao mesmo tempo, mas que muitas vezes não tem recebido a devida importância até mesmo por uma parcela significativa dos próprios radialistas. É comum ver pessoas se apoderarem do rádio para manifestarem suas ideias torpes ou com o intuito de se alienar povos ou manipular situações patentes a olhos nus.
Por sua capacidade imagética, o rádio tem o poder de transferir o seu ouvinte para os mais variados lugares. Pelo fato de a audição ser um sentido invasivo, dificilmente se escapa das palavras que são ditas pelos comunicadores. Daí a grande responsabilidade ao se ir para trás do microfone. Não é simplesmente ‘abrí-lo’ e destilar opiniões às vezes sem fundamento.
O rádio, desde muito tempo, cumpre e ainda deve cumprir o seu papel de informar, entreter e principalmente, de formar opinião. E uma opinião jamais conseguirá ser formada ou despertada por quem não a tem. É por esta razão que o rádio pede um comunicador que saiba interpretar corretamente os fatos, para que estes não gerem distorções.
Isto é notório em grandes rádios da capital. Ressalte-se aqui que uma rádio não precisa ser grande para gerar conteúdo de qualidade.
O interior também carece desse desenvolvimento sonoro e não somente se resumir a verdadeiros serviços de alto falantes com a única diferença de se ter uma frequência em quilohertz (Khz) ou megahertz (Mhz), destilando comentários jocosos, entrevistas que mais se assemelham a simples questionários, músicas popularescas, anúncio de pseudo utilidade pública como sumiço de cachorros, gatos, papagaios e outros bichos, além dos famosos beijinhos e abraços carinhosos de fulano para beltrano. Uma dica: o radialista que quiser fazer isso, que  crie um quadro para tais pieguices! Afinal, não dá para parar uma programação para dar esse tipo de recado, convenhamos...
Para não ficar só na crítica, é interessante fazermos um rádio novo, pensando em qualificar a audiência e os patrocinadores, pois são eles a principal fonte de receita de uma emissora.
Não dá para aceitarmos a desculpa de que ‘a cidade não ouve este tipo de programação e não entende essa linguagem’. O rádio é educativos e, como tal, sua assimilação se processa pela repetição. Então, se não se coloca nada de novo, a audiência com certeza, irá procurar alternativa.
Eis algumas dicas:
- o rádio deve ser tratado como uma empresa e não como um canal para diletantes ou de vaidosos que se servem dele apenas para benefício próprio;
- o rádio tem que evoluir para alcançar novas plateias: o uso das redes sociais, novas mídias (internet) e de promoções inteligentes (culturais até) desempenham um papel importante neste quesito;
- invenção de novos produtos: spots criativos, jingles cativantes, produções que vão ao encontro tanto do cliente como do anunciante. Os quadros específicos também auxiliam na propagação de assuntos que estão latentes à audiência: sustentabilidade (sem ecochatices), serviços (agenda cultural, utilidade pública), entrevistas aonde o entrevistado tem o que dizer e tem tempo para isso;
- convergência de mídias: que tal colocarmos o rádio para dialogar com jornais, canais de televisão, internet e com outros profissionais do mesmo segmento? Esse intercâmbio é enriquecedor e não só agrega valor aos veículos convergentes, como também injeta sangue novo na programação.
São atitudes como estas que podem profissionalizar o rádio do interior, tornando-o atraente e fazendo com que este deixe de ser o ‘primo pobre’ das tvs a cabo que proliferam a cada dia.
Landell ou Marconi, cada um à sua maneira, agradeceriam esse apreço à sua invenção.

É isso.