sábado, 11 de janeiro de 2020

O Facebook e a desgraceira do nosso idioma



Olá, pessoas!
A língua, indiscutivelmente, é a maior identidade de um povo. É por meio dela que se processam  a comunicação e o entendimento. A língua, quando bem falada, gera o consenso. 
Na condição de profissional de comunicação, me recordo que, desde os tempos do ensino fundamental, me preocupava em pronunciar bem as palavras, em escrevê-las da maneira correta e isso incluiu até a caligrafia (quem ainda lembra disso?). Houve um tempo em que, independente da ocasião, analisava a sintaxe de frases espontaneamente. Depois parei com isso porque até me pareceu paranoia. Mas nunca deixei de prezar pela boa palavra e de ter cuidado com ela. Poderia versar aqui sobre Schaefer, Mac Luhan, Peirce, mas aí vai ficar muito acadêmico. Então vamos ao resumo de toda esta introdução:
O que tenho visto nas redes sociais, principalmente no Facebook, é um descalabro, um tremendo descaso com aquilo que temos de mais sagrado: nossa língua, nossa escrita, nosso legado. Há muito sumiram as concordâncias, as conjugações verbais, as palavras novas com significados contemporâneos e afins. Os infinitivos, pobres infinitivos, há muito não aparecem numa frase. No meio deste caminho inventaram uma reforma ortográfica que nem merece ser comentada.
Dia desses, lendo alguns comentários aleatórios pelo Face, comecei a achar que eu que não sei escrever. Mas depois, analisando e respirando fundo, percebo que esta rede tem linguagem própria - o que não justifica o descaso com a língua, com certeza. 
O que vejo, não caracteriza nenhuma forma de expressão, mas sim, uma tremenda agonia para se fazer entender. Fico imaginando a pessoa pensando numa palavra, mas não conseguindo traduzir esta palavra em letras para torná-la significativa. Parece um treco que fica preso na garganta, que aperta o peito e deixa a pessoa ofegante e com os olhos arregalados procurando alguém que lhe possa salvar! (esta é a imagem que tenho, pessoas!). Daí, graças à crescente tecnologia, as alternativas se limitam aos  ‘kkks’, ‘rs!’ e aos salvadores emojis! Se não fossem estes, muitos teriam de se manifestar por meio de um rústico ‘uga, uga’, um puxão de cabelo, uma batida de bastão no chão, um arremesso de uma pedra ou fazerem sinal de fumaça. Poderiam tentar as pinturas rupestres!
Enquanto isso, os amantes da palavra, continuam torcendo por dias melhores para a nossa velha, resistente e surrada língua portuguesa.

É isso.