Olá, pessoas!
A língua,
indiscutivelmente, é a maior identidade de um povo. É por meio dela que se
processam a comunicação e o entendimento. A língua, quando bem falada,
gera o consenso.
Na condição de
profissional de comunicação, me recordo que, desde os tempos do ensino
fundamental, me preocupava em pronunciar bem as palavras, em escrevê-las da
maneira correta e isso incluiu até a caligrafia (quem ainda lembra disso?).
Houve um tempo em que, independente da ocasião, analisava a sintaxe de frases
espontaneamente. Depois parei com isso porque até me pareceu paranoia. Mas
nunca deixei de prezar pela boa palavra e de ter cuidado com ela. Poderia
versar aqui sobre Schaefer, Mac Luhan, Peirce, mas aí vai ficar muito
acadêmico. Então vamos ao resumo de toda esta introdução:
O que tenho visto nas
redes sociais, principalmente no Facebook, é um descalabro, um tremendo descaso
com aquilo que temos de mais sagrado: nossa língua, nossa escrita, nosso legado.
Há muito sumiram as concordâncias, as conjugações verbais, as palavras novas
com significados contemporâneos e afins. Os infinitivos, pobres infinitivos, há
muito não aparecem numa frase. No meio deste caminho inventaram uma reforma
ortográfica que nem merece ser comentada.
Dia desses, lendo alguns
comentários aleatórios pelo Face, comecei a achar que eu que não sei escrever.
Mas depois, analisando e respirando fundo, percebo que esta rede tem linguagem
própria - o que não justifica o descaso com a língua, com certeza.
O que vejo, não
caracteriza nenhuma forma de expressão, mas sim, uma tremenda agonia para se
fazer entender. Fico imaginando a pessoa pensando numa palavra, mas não
conseguindo traduzir esta palavra em letras para torná-la significativa. Parece
um treco que fica preso na garganta, que aperta o peito e deixa a pessoa
ofegante e com os olhos arregalados procurando alguém que lhe possa salvar!
(esta é a imagem que tenho, pessoas!). Daí, graças à crescente tecnologia, as
alternativas se limitam aos ‘kkks’, ‘rs!’ e aos salvadores emojis! Se não
fossem estes, muitos teriam de se manifestar por meio de um rústico ‘uga, uga’,
um puxão de cabelo, uma batida de bastão no chão, um arremesso de uma pedra ou
fazerem sinal de fumaça. Poderiam tentar as pinturas rupestres!
Enquanto isso, os amantes
da palavra, continuam torcendo por dias melhores para a nossa velha, resistente
e surrada língua portuguesa.
É isso.