terça-feira, 9 de outubro de 2012

A empresa que eu quero existe?


Olá, pessoas!
É muito comum ao longo destes anos pessoas me procurarem com dúvidas referentes ao mundo das empresas, também chamado de mundo corporativo.
As perguntas vão desde a elaboração do melhor currículo, deixando-o atrativo (o que, para início de conversa, acho completamente desnecessário pois poucos deles são lidos mesmo) até como se posicionar perante o chefe ou líder.
Dúvidas com relação à etiquetas são comuns mas uma delas me chamou atenção pela preocupação em se melhorar o ambiente de trabalho.
A pergunta era a seguinte:
Como eu abordo o meu chefe para dar um diagnóstico da empresa e propor soluções a ele?
À primeira vista é uma pergunta muito subjetiva, pois depende muito do humor de quem vai ouvi-la (o chefe), se a pessoa vai querer ouvi-la (o chefe) e como a pessoa (o chefe) vai interpretar tais diagnóstico e propostas.
Da minha parte, sou especialista em cometer algumas gafes destas: em uma empresa que trabalhei, ao abordar o chefe num momento que achei apropriado (quando ele pediu minha opinião sobre os rumos que a empresa estava tomando) percebi, logo após minha exposição, de que não tinha agradado e que o meu superior não se mostrou satisfeito com o que acabara de ouvir. Passaram-se alguns meses, o relacionamento foi esfriando e a situação acabou se tornando insustentável, pois ficou no ar aquela sensação de que eu não estava satisfeito em trabalhar ali. Não discuto a interpretação dele pois estava absolutamente certa. O desfecho de toda essa situação já está bem patente e não precisarei expô-la para me fazer entender, afinal, a sua interpretação, leitor, também está correta.
As relações corporativas são permeadas por linhas tênues entre o que se deve falar e o que se deve fazer. É sabido que ninguém está absolutamente contente com o local em que trabalha. Muitas vezes somos atraídos para algum lugar por vários motivos: descontentamento com a empresa atual, realização profissional, salário, colegas, amigos e pelo próprio trabalho em si. Afinal, quem não gostaria de fazer o que quer (área de formação), ganhar bem, ter um bom relacionamento e ter participação na organização dos processos, por mais simples que estes possam parecer?
Quem responder que não faz a mínima questão disso, ou está mentindo descaradamente ou não sabe o que fazer da vida e, lembrando o coelho de Lewis Carroll, então qualquer caminho serve. Neste caso, podemos adaptar: qualquer empresa ou emprego servem.
O que nos falta nesta hora é a capacidade de discernir o que são nossas prioridades e o que são as prioridades dos nossos chefes ou patrões. E estes motivos são muito subjetivos.
Existem vários tipos de empregado, mas, no caso que me inspirou a escrever estas linhas, vou citar apenas o empreendedor: este analisa a sua empresa sobre o ponto de vista do mercado, apresentando uma visão holística, panorâmica, 360º (graus) - ou sei lá mais o termo que vão inventar para significar a mesma coisa – e pensam como se a empresa fosse dele. A vontade de organizar, de resolver problemas de diferentes complexidades, acaba minando ao longo do tempo a energia deste empregado empreendedor que vê as coisas a seu modo e quer aumentar a produtividade. Este é um tipo sofredor que muitas vezes 'carrega a empresa nas costas' e acaba fazendo o serviço que seria de competência de outro dentro da organização.
Ao analisarmos esta situação de 'será esta a empresa que eu quero', não se deve esquecer de uma peça importante: o chefe ou patrão. As perguntas sobre prioridades cabem neste caso também, afinal, que chefe ou patrão não gostaria de ter um local aonde todos trabalhassem com um sorriso no rosto e um brilho nos olhos? Por outro lado, será que esta realmente seria a vontade dele?
Muitos trabalham com olho no faturamento e consideram seus colaboradores como engrenagens de uma máquina com moto perpétuo, que só servem para funcionar (eis a razão do termo funcionário), gerar lucros e resultados e ser considerada no mercado.
Por estas razões, difíceis de serem explicadas, é que recomendo que, ao se falar com o chefe e gerar um diagnóstico, é preciso saber se ele:
está disposto a ouvir e aceitar sua opinião;
está querendo o diagnóstico e, principalmente,
se quer mudar a situação do momento por uma situação ideal.
Caso um destes quesitos não possa ser assinalado, com certeza, você terá que sair do seu local de trabalho e tentar a vida com cursos, palestras e consultorias.
E lembre-se: a sua necessidade pode não ser a necessidade da sua empresa.
É isso.