quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Quanto tempo o tempo tem?

Olá, pessoa!

Uma das abordagens do meu curso “Falar em Público: Oratória sem Segredos” é a importância de se falar com objetividade e eficácia, mesmo porque várias pessoas reclamam da falta de tempo ou do tempo curto.
Na oportunidade, levei a classe para pensar rapidamente sobre o tema e agora disserto com mais tranquilidade neste artigo.
Quem já não ouviu por aí muita gente dizendo que precisaria de um dia com 48 horas e com um ano de 700 dias?
Tem hora que se tem essa impressão não é mesmo?
Já que esta carga horária é inviável e um ano deste tamanho está fora de cogitação, que tal se atentar para alguns detalhes mínimos que passam despercebidos, mas que, no final do dia, do mês, do ano, nos roubam um tempo danado?
Vamos a eles:
Redes sociais a toda hora:
É bastante comum ficarmos ‘cutucando’ o celular desesperadamente atrás de novidades de nossos amigos. Mas, será que isso é tão interessante assim para nos concentrarmos nisso? Coloque horários regulares para acessar e estabeleça um tempo determinado para fazê-lo. Exemplo: 10 minutos de zap e assim por diante. E, acredite: muitas postagens serão repetidas e você as recebe desde o tempo do Orkut. A menos que você seja um saudosista sem fim, não vão te fazer falta alguma!
Abrir várias abas no computador: isso acontece quando estamos principalmente nas redes sociais. Com isso, temos a impressão de que aquele link compartilhado por alguém também é importante pra nós. E nem sempre é.
Dica: Filtre aquilo que te interessa (isto equivale a ter foco). O cérebro humano tem uma capacidade muito grande em dispersão. Pesquisas dão conta de que, se você se desviar de um assunto por três segundos, lá se foi a atividade principal.
Aparelhos eletrônicos ligados antes de dormir:
É bastante comum antes de dormir qualquer um dar aquela espiadinha nas redes sociais.
Acontece que esta simples espiadinha pode te deixar tenso e com a sensação de que todo mundo está fazendo coisas interessantes e você não. Aí, vai ser comum você ficar acompanhando links e fotos e, quando menos percebe, o sono foi embora. E, quando ele começar a vir, faltará apenas um minuto para o seu despertador tocar.
Dica: desligue tudo e se concentre no SEU descanso. A vida do outro fica pra lá, afinal, você não sabe a que horas o fulano acordará no dia seguinte e você sabe a hora que precisará estar em pé.
Deixar a mesa de trabalho desarrumada: livros, papéis avulsos, contas pra pagar, rascunhos, apostilas, lembretes coloridos colados na máquina, vishhh! Tudo isso faz com que você fique olhando para este monte de coisa na sua mesa e não saiba em qual delas se concentrar.
Dica: Limpe todo o seu espaço, procurando deixar à vista, só aquilo que vai te interessar naquele momento, seja um material pra estudo, uma conta pra pagar, ou simplesmente, aquele livro que você pegou pra ler. Falando em livros, evite ao máximo, deixá-los abertos em páginas aleatórias; faça marcações, nem que seja com um cartão de visita ou uma simples folha de papel;
Não ter um roteiro com coisas simples: este roteiro pode ser feito mentalmente.
Imagine-se acordando e fazendo uma tarefa por vez e isso inclui levantar, tomar banho, escovar os dentes, escolher a roupa, tomar café, pegar a chave do carro ou esperar o fretado. Não se iluda! Se você não tiver uma sequência pra fazer isso, o seu dia estará perdido. Nada é mais angustiante do que sair de casa e ficar com aquela sensação de que está esquecendo alguma coisa ou que precisava ter feito isso ou aquilo...e não fez!
Colocar várias tarefas num dia: isto acontece quando estamos tensos e com a ansiedade por algo que queremos que ocorra rápido. O mundo atual pede urgência pra tudo, todos os artigos dizem que o tempo é agora e mais um monte de blá blá blá que, com certeza, você ouviu dos  ‘gurus da vida ganha’, mas não: quanto mais tarefa você colocar no seu dia, mais tenso e ansioso você vai ficar e menos produtivo será.
Dica: coloque no seu dia apenas as coisas que conseguirá fazer e divida as outras tarefas durante a semana.
Não eleger prioridades:
Pense bem: por mais tarefas que você tenha que realizar, uma terá sempre prioridade sobre a outra. Exemplo: entre levantar da cama e escovar os dentes, qual você terá de fazer primeiro? Entendeu?  Então, não dá pra ‘passar o carro na frente dos bois’. Acredite: tem coisa que pode ser deixada pra amanhã, sim!
Não ter horário previsto para refeições:
No corre-corre do dia a dia, muitas vezes nos esquecemos desta necessidade básica: comer. Tudo bem que uma hora ou outra não vamos conseguir a pontualidade, mas, evite deixar que isso se torne uma rotina na sua vida ou no seu escritório.
Entenda: o tempo da outra pessoa é diferente do seu.
Não vai adiantar você achar que aquele pedido de cotação que acabou de fazer também acabará de retornar com uma resposta. Espere. Se houver urgência, prefira enviar o seu pedido e ligar na sequência para a parte interessada. Não confie só no e-mail ou em qualquer outra rede social.
Isto vale na vida real e no escritório.

AGORA, O MAIS IMPORTANTE: TENHA UM TEMPO PRA VOCÊ:

E isto não inclui saber o que O OUTRO está fazendo com o tempo dele.
A título de reflexão: Hoje em dia é muito comum as pessoas não estarem mais onde estão. As pessoas sempre estão de olho na tela do celular, observando o que o outro está fazendo, curtindo a foto do ovo frito no prato de alguém, falando baboseiras sobre o meme da celebridade que outro postou, ‘viajando’ no  lugar paradisíaco que o outro publicou ou salivando no prato apetitoso que está sendo degustado em algum local gourmet mais badalado do planeta. Que o OUTRO divulgou.
Mas, fica a pergunta: o que VOCÊ está fazendo COM A SUA VIDA?
O que VOCÊ está fazendo com o SEU tempo?
O que VOCÊ está fazendo que seja interessante CURTIR?
Pense mais em VOCÊ, pois, no final de tudo, o que conta é o que VOCÊ faz para si e para as pessoas de quem VOCÊ gosta.
Cuide do seu tempo.
Faça dele um tempo achado e não queira imitar Marcel Proust, pois tempo perdido é tempo perdido.

É isso.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Entre o cliente em potencial e o cotador profissional

Olá, pessoa!

Estas são algumas linhas que decidi dedicar a um tema que intriga a maioria dos prestadores de serviços especializados ou de qualquer profissional de venda: como identificar o cotador profissional do cliente em potencial?
Num mercado cada vez mais dinâmico, onde tudo muda e as pessoas buscam cada vez mais a famosa e temida redução de custos, quem trabalha com algum produto ou serviço, com certeza já passou por uma situação mais ou menos parecida: uma pessoa chega no seu estabelecimento, ou liga pra você e vai logo de cara perguntando o preço sem ao menos tentar conhecer o produto que você tem a oferecer.
Se isto já te aconteceu, você está de cara com o que chamo de cotador profissional.
O cotador profissional tem o costume de procurar sempre o que é mais baratinho, o que vai resolver a situação dele no momento e pouco se importa se o produto ou serviço vai lhe trazer satisfação duradoura ou se é só resolver um problema dele de imediato.
É um excelente choramingão em que, pra ele,  todo vendedor ou prestador de serviço pra ele é ‘mercenário, quer só explorá-lo e não entende a sua situação’.
A abordagem dele é sempre a mesma: quanto custa? Ou, quando tenta ser mais sofisticado, confunde preço com valor e lasca umas do tipo: ‘qual o valor disso?’ ou “qual o valor do seu serviço?”
Lembre-se: Você perde seu tempo se tentar fechar negócio com ele. Ele vai chorar preço, prazo, condição, vai reclamar que está caro e, se fechar, pode ter certeza: é o primeiro e último serviço/produto que você vende pra ele. Sem contar que vai olhar pra você com cara de desconfiança, achando que você ‘o logrou’ na cotação.
Da próxima vez que você for entrar em contato, prepare-se para ouvir:  ‘já estou comprando de outro; aliás, bem mais barato que você’.
Um cotador profissional vai te trocar por 1,99 a menos. Acredite!
Ao topar com um, mantenha a calma e seja elegante (mas breve) ao passar informação.
Agora, passemos ao ‘cliente em potencial’.
Em primeiro lugar, vamos esclarecer que um cliente pode apresentar três características: ele compra, paga e volta a comprar. Alguns deles, ainda te indicam para outros e passam a referência do teu trabalho ou produto.
Se não tiver estas características, ele pode ser só alguém que se enquadra na categoria que já falamos.
O cliente em potencial sempre leva em conta a satisfação e o valor da aquisição. Pode propor alguma negociação, mas comumente apresenta uma contraproposta com coerência. Tem argumentos melhores e se mostra aberto a te ouvir; afinal, ele não chegou até você à toa e precisa te conhecer melhor. Só isso. Esta é a razão dos argumentos. Mostra-se interessado naquilo que você tem a oferecer e tenta conhecer ao máximo a sua empresa, seu tipo de trabalho e como você vai proporcionar-lhe a entrega de tudo aquilo que ele está adquirindo.
Geralmente volta e passa a sua referência.
Não sai com cara de desconfiado e deixando transparecer que parece que ‘foi enrolado’ na negociação.
O cliente em potencial se torna cliente, gosta da confiança mútua e ainda confia no seu trabalho.
Com estas características, você vai sempre se sentir seguro com ele e saber que a negociação vai terminar bem para os dois lados.
É ‘fidelizável’.
A partir de agora, comece a observar as formas de abordagens referentes ao seu tipo de negócio.  Existe muito mito por aí colocando a culpa o empreendedor/vendedor/prestador de serviço.
Não é bem assim.

É isso.