Se importam uma ova!
(Ou: Como fazer gracinha usando um País)
Olá, pessoas!
E o que era pra ser um levante de conscientização se transformou numa batalha lúdica do bem contra o mal.
O clima de comoção tomou conta do país.
E como toda comoção, a racionalidade passou longe.
Pessoas sem a mínima noção do que estavam falando –
comunistinhas de cursos intensivos com duração de 3 meses - alardeavam aos 4 ventos que se importavam com
o futuro do país que, sabiamente (coitados!) juravam estar construindo com
apenas 2 botões.
É de rir ou não?
Daí, o termo utilizado por uma candidata caber bem nesta
simples reflexão:
Se importam uma ova!
Com que racionalidade, uma pessoa que acha que o Brasil foi
descoberto há 12 anos, pode discutir sobre temas sociais como projetos governamentais
voltados à bolsas, cotas e moradia?
Com que racionalidade, uma pessoa, que acha que o Brasil foi
descoberto há 12 anos, pode discutir temas relacionados à educação profissional
se sempre estudou em colégios particulares, quase sempre bancados pelos pais, e
que ingressaram no mercado de trabalho recentemente?
Se importam uma ova!
Como diria uma candidata que arrastou
um bando destes descerebrados para empunhar uma bandeira utópica, que foge do
ponto de vista da praticidade e da meritocracia.
Se importam uma ova! Como diria uma candidata que
disseminando o ódio às diferenças, fez com que ele se convertesse em caridade
pelos desvalidos, num arroubo descabido de demagogia.
“Tão contrário a si é o mesmo amor”, como diria Camões?
Se importam uma ova!
Pessoas que, mesmo com todo o espírito
caridoso demagógico, ainda relutam em colocar o filho na creche do quarteirão
de cima, por não achar que o filho estará em boa companhia.
(Hein?)
Se importam uma ova!
Aqueles que, mesmo tendo uma escola
pública ao lado do seu condomínio de luxo, ainda preferem colocar seus filhos
em escolas de grife, com acesso à tecnologia, idiomas e baby-sitters, sempre
monitoradas por tablets e smartfones à distância!
Cadê a confiança depositada ‘nos mais humildes’?
Se importam uma ova!
Aqueles que, sob o argumento tolo de
‘estou fazendo a minha parte’, despejam suas moedinhas nestes cofrinhos de
supermercado, que nada mais são do que uma nova forma de pedir esmolas além de
calçadões e esquinas de moribundos. Uma mea – culpa por não despender de seu
tempo para se aproximar, como deveria, da caridade que tanto pregam.
Se importam uma ova!
Aqueles que, depois de encherem a
sacola nos shoppings, simplesmente depositam seus cupons fiscais em urnas para
instituições de caridade.
Ah! Mas eu não coloco CPF pra que eles dêem pra instituição. Tenho pena das criancinhas!
Estas pessoas, quase sempre prontas a repetir um mantra
ditado por líderes insanos alçados a uma quase divindade, não perdem seu tempo para conhecer um
orfanato, um lar de idosos, uma instituição de renais crônicos, um sanatório
para doentes mentais.
(Eu fazer isso? Deixe que outros façam! Cada um contribui
como pode. Eu faço a minha parte).
Antes preferem pegar um mísero carnê para, com o que sobra
da rapa de sua carteira de grife, destinar aos que precisam.
Pensam que desta
forma, vão tornar o seu sono mais tranquilo, embalando-se em camas king size,
com lençóis de inúmeros fios, travesseiros com penas de ganso, ar condicionado
e música ambiente adequada.
Se importam uma ova!
Estes que esbravejam nas redes sociais,
batendo no peito, dizendo que estão procurando um mundo melhor para a geração
que virá.
A geração que virá, se vier destes, será hipócrita na mesma
proporção e a preocupação com o outro ficará só no discurso disparado de
celulares ‘último tipo’ e, preferencialmente, do interior de carros com vidros
pretos e blindados da realidade que os cerca pelos semáforos.
Mesmo assim, há que se reconhecer o serviço prestado por estes intelectuais de revistinhas de fofoca, compradas em bancas por 1 e 99:
Parabéns por terem concluído com louvor o “Curso Intensivo de Comunista em 3 meses".
Parabéns por acharem que estão mudando o país com apenas 2
botões.
Se importam uma ova!
É isso.