(nota básica:
esta postagem não tem a intenção de jogar ninguém ‘pra cima’, nem servir como
artigo para motivação pessoal ou qualquer presepada que tenha esse fim. Visa
apenas e tão somente discutir o porquê algumas pessoas não valorizam o que
conseguem e diminuem o valor de suas conquistas em nome de uma ‘falsa modéstia’).
Olá, pessoas!
Ao longo de
nossas vivências, vamos percebendo que o ser humano não valoriza como deve as
suas conquistas.
Ao conversar
com uma pessoa que julgamos ser bem-sucedida e elogiá-la por algum feito, logo
vemos que ela muitas vezes não se sente como tal. Seja para não despertar
inveja, seja para não alardear os próprios feitos, ela sempre tenta apequenar
as razões do elogio.
Para sermos
mais diretos, melhor citarmos algumas situações e as desculpas dadas por certas
pessoas:
- compra de um
carro novo: é sempre precedida de 'Ah! Mas você não viu o tamanho do boleto!';
- promoção no
emprego: 'mas o serviço aumentou muito e o chefe não é fácil';
- serviço bem
executado: 'é, cara! Mas deu um trabalho danado. Nem sei como consegui';
- voltando de
um cruzeiro: ' fiquei enjoado de tanto balançar e não dá nem pra conhecer nada
em terra.' Ora! Fosse de jipe!
- uma nova
oportunidade de trabalho: 'Nem sei se vou encarar mais essa. Cansa a gente';
- 'Parabéns pela casa nova.': contra-argumento: "É, cara, mas dá um trabaaaalhooo!"
- chegada de um
filho: 'Agora que a gente vai ver o que é bom pra tosse'.
Conquistar
novas oportunidades, seja no trabalho ou na vida particular, deveria ser motivo
de comemoração. Não precisa dar uma festa para cada uma destas conquistas, mas
desvalorizá-las se torna até nonsense.
É certo que nos
esforçamos muito em busca de um objetivo, que muitas vezes esse esforço não
mostra o resultado que esperávamos, mas cada conquista, por menor que seja ou
possa parecer, já é um avanço. Tirar-lhe o valor pode fazer com que nos
desanimemos para próximas ações e fiquemos apenas na expectativa de algo que
nunca vamos alcançar.
Penso que é
exatamente deste mal que padece o Cinema Brasileiro: quando acompanhamos
algumas produções nacionais – tirando as chatices do denominado sitcom –
vemos só sofrimento, só desespero, só agonia. Quando muito, um sorriso amarelo
antes de subirem os créditos.
É o cinema
mostrado do avesso, do lado mais depreciativo, de uma forma que não encanta e
enche os olhos. Ficamos sentados no sofá, apáticos, apenas observando as
mazelas dos personagens sofridos em mais uma ação que se revelará desoladora.
Já nos filmes
americanos, o sofrimento visa uma atividade-fim e não simplesmente o sofrimento
pelo sofrimento.
Steven
Spielberg, quando se aventurou a fazer “ A
Lista de Schindler “ foi interrogado pelo motivo de o filme ser em preto e
branco. O diretor argumentou que 'a vida é colorida, mas a realidade é em preto
e branco'. Não obstante a isso, levou o Oscar de melhor filme entre outros e
que, apesar de ter as agruras dos judeus como pano de fundo, mostrava o empenho
de um empresário de livrar outros seres humanos daquela situação que marcou a
História.
Ou seja, não
era o bastidor pelo bastidor.
Valorizar
aquilo que se alcançou, pode abrir portas para algo maior, quando não precedido
de reclamações intermináveis.
É isso.