quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Oratória: Manual de Consulta Rápida

Tabela Básica de Oratória

Olá, pessoas!
Sempre costumo dizer que todo bom comunicador, ou quem aspira sê-lo, deve ser, antes de tudo, um bom observador.
E a observação não deve ser apenas com relação ao outro, mas com relação a nós mesmos. Observar o outro é fácil, assim como criticar.
Em Comunicação e Oratória nunca estamos prontos. Sempre estamos aprendendo.
Antes de tecermos críticas ao comportamento do outro, devemos pensar:
- Será que eu, mesmo que inconscientemente, não estou fazendo da mesma forma?
E assim, vamos nos construindo através do outro e compartilhando os conhecimentos adquiridos.
A lista do que se pode/deve fazer em se tratando de Oratória é imensa, mas, vamos enumerar apenas algumas que geralmente observamos ou nos pegamos fazendo.
Como sempre costumo dizer que é importante encontrar a problemática mas apresentar a solucionática, dividimos tudo em colunas que podem, tranquilamente, se tornar um 'Manual de Consulta Rápida' quando o assunto for Oratória, Expresssão Verbal, Falar em Público, ou seja lá qual for o outro nome que você queira dar para este assunto.

Situação
Problema
Solução
Postura
Curvada
Posicione-se de forma a transmitir credibilidade
Gestos
Excesso/Falta
Seja comedido na hora de gesticular. Utilize o bom senso. A gesticulação pode ressaltar a mensagem como também distrair o expectador.
Mãos 1
No bolso
Passa a sensação de insegurança ao fazer uma exposição. Eventualmente é permitido. Com frequência não.
Mãos 2
Na boca
A boca é uma das nossas caixas de ressonância. Não coloque as mãos na frente dela ao expressar suas ideias. Mantenha o seu rosto livre para ser bem compreendido.
Mãos 3
Na mesa
Isso ocorre muito em reuniões. O fato de estarmos sentados, não significa que estamos presos. A gesticulação comedida dá vida aos nossos argumentos.
Mãos 4
No cabelo
Principalmente as mulheres, cuidado ao não arrumá-lo com frequência. Uma vez ou outra pode denotar zelo com a aparência. Quando isso ocorrer com frequência, poderá ser interpretado de formas diferentes de que você gostaria.
Mulheres: Estética e Estilo
Cabelo Preso ou Solto?
Pode parecer complicado mas não é. Use o bom senso. Se perceber que ficará mais à vontade para expor suas ideias com o cabelo solto, deixe-os neste estado. Caso perceba que não é adequado e que, ao arrumá-lo, irá se distrair, prenda-o. Em apresentações ao ar livre, recomenda-se prendê-lo.
Recursos Audiovisuais 1
Quantos slides uso?
Geralmente, são usados até 2 minutos para cada slide. Sendo assim, procure saber qual seu tempo de exposição antes de começar a montar seu trabalho. Em todo caso, pode ocorrer que alguns slides sejam mais interessantes que outros. Deste modo, suprima os que não for adequados ao momento.
Recursos Audiovisuais 2
Exibição de filmes/traillers
Exceto em apresentação de empresas para novos colaboradores, é aconselhável que 'um vídeo' não exceda os 3 minutos. Mesmo assim, é de suma importância contextualizar previamente, para que ele não seja interpretado de forma diferente do assunto que você quer abordar.
Recursos Audiovisuais 3
Excesso de texto
Na medida do possível, os textos devem ser substituídos por imagem. Assim, você não corre o risco do enfadonho trabalho de ficar lendo os slides. Isto causa desinteresse na plateia.
Troque o texto por imagens que façam alusão ao assunto que se quer tratar.
Recursos Audiovisuais 4
Tremedeira no Laser pointer
Use-o com moderação se não puder deixar de usá-lo. Há oradores que, abusando deste recurso, deixa o ponto circulando pela tela ininterruptamente. Isto pode causar distração na plateia
Recursos Audiovisuais 5
Garranchos no Flip Chart
Procure colocar figuras que atraiam a atenção. Ao escrever, utilize letras legíveis e explique todo o contexto.
Recursos Audiovisuais 6
Manuseio do Microfone
Sem dúvida, um dos equipamentos mais importantes para um Orador. É possível falar sem qualquer um dos recursos já citados acima, mas, sem um bom microfone e com os equipamentos de som adequados, toda apresentação estará prejudicada. Não obstante a isso, este é um dos equipamentos mais mal tratados quando o assunto é Oratória. Para isso, tecemos alguns cuidados que devem ser tomados na utilização deste recurso.
Recursos Audiovisuais 7
Não bata no microfone
Esta é a primeira atitude e quem pega um microfone. Por ser a cápsula um componente ultra sensível, poderá ocorrer prejuízos ao equipamento. Antes de utilizá-lo, converse antes como técnico de som e combine alguns sinais de sincronia. Em muitas situações, apenas um olhar desperta uma reação positiva da parte do operador.
Recursos Audiovisuais 8
Alô, teste! 1, 2, 3
Mais um vício comum e ultra desnecessário. Isto não ajuda em nada a 'regulagem' ou equalização do som. Ao invés disto, experimente frases. Uma sugestão é dizer o nome do evento ou, simplesmente, dizer: 'Estamos testando o equipamento para, dentro de instantes, começarmos a nossa apresentação. No apoio técnico, a equipe tal e...” Pode parecer banal, mas, com estas frases, o bom técnico capta o timbre da sua voz, a altura da sua fala e calibra o equipamento adequadamente.
Recursos Audiovisuais 9
As câmeras e o olhar perdido
É comum, principalmente num primeiro momento, não saber para onde olhar quando flagrados por este equipamento (que pode ser uma câmera de celular). Nestas ocasiões, aja com naturalidade e finja que o equipamento não está ali.

Recursos Audiovisuais 10
Câmeras e o olhar perdido 2
Ao se conceder uma entrevista, não olhe diretamente para a câmera, principalmente em programas ao vivo. Agindo assim, você perde a naturalidade. Dirija o olhar para o entrevistador e faça de conta que o assunto é com ele. Fazer pose para 'parecer bonito' nos holofotes, caso você não seja um artista, fica pedante demais!
Recursos Audiovisuais 11
Câmeras e o olhar perdido 3
Ressalte-se aqui que você possa ser o apresentador. Neste caso, como questão de respeito ao telespectador, na abertura do programa, o olhar deve estar focado diretamente na câmera, pois você está falando com alguém que também está à frente de um aparelho (televisão). Neste caso, fixe o olhar, descontraia o rosto e dê o recado de forma simples e clara.
Improviso 1
Desconhecimento do assunto
Muitas vezes, somos chamados a falar e pegos desprevenidos. Se você sentir que o ambiente está propício a este tipo de situação, a menos que seja chamado para abrir uma preleção, antes observe os seus antecessores e veja como eles se comportam. Se quiser citar alguém durante sua fala, certifique-se PRIMEIRAMENTE do nome e também do cargo. JAMAIS improvise em cima de um assunto que desconhece. Atenha-se ao óbvio e seja o mais breve possível.
Improviso 2
Conhecimento do assunto
Procure saber com o organizador do evento, quanto tempo está disponível para exposição. Se isto não lhe for dito, observe o ânimo da plateia: evite ser enfadonho ao lidar com uma plateia apática. Seja objetivo nas ideias e, de acordo com a necessidade, ataque os pontos mais importantes.
Discurso lido
Preso ao papel
Esta é uma questão que pode acometer aos tímidos e aos inseguros: ficar olhando fixamente para o papel e torcendo para o texto acabar logo. O preparo do discurso é importante, mas tem de se observar a possibilidade de uma improvisação no meio deste. Por quê? Pois muitas vezes, ao escrever um discurso, estamos absortos no nosso momento e não no momento do público. Quando se está inserido no ambiente, percebemos uma mudança no clima. É aí que entra o bom orador: saber observar e adequar o discurso à situação atual. Não ignore estas mudanças.

Estas são algumas situações corriqueiras que, muitas vezes, nos pegam de surpresa.
Esteja sempre preparado, respire fundo e utilize o momento e os recursos a seu favor.


É isso.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O Filme Elysium e os Rolês

(Uma observação contemporânea, calcada na comunicação, que muitos não vêem ou simplesmente ignoram)

Olá, pessoas!
Pelo que observo, converso e vejo, a confinação de alguns serviços e benfeitorias se dá a ritmos alarmantes. Afinal, quem ainda não percebeu os condomínios residenciais se transformarem em 'verdadeiras ilhas herméticas' imunes à passagem e penetração de quem não faz parte do meio, e, comumente destinado àquilo que alguns costumam chamar de 'elite' Aliás, não tenho uma visão - diga-se de passagem socialista/comunista, pois considero que as elites é que sustentam este país, promovendo emprego, investimentos e afins, embora seja odiada por pessoas que descarregam nela todo o seu furor, mas se esquecem que precisam, no dia a dia, comprar, vender, negociar, ganhar, adquirir, viver (mas, este nem é o cerne da nossa questão - apenas uma observação, quiçá, simplista).
Muito se fala da 'bolha imobiliária', mas, será que não deveríamos nos preocupar com a chamada 'bolha social'? De nada adianta cercarmos espaços para evitar a entrada ou penetração 'de outras castas' (termo forte esse, hein?). Elas não deixarão de existir e, além disso, aspirarão o lugar que achamos utopicamente que nos pertence.
Alguém aqui assistiu ao ótimo "Elysium"?
O filme, que tem o brasileiro Wagner Moura como protagonista, ilustra, na tela, aquilo que parece que não vemos nas ruas. Eis aí os 'rolês', dos quais passo a tecer um breve raciocínio (desprovido de juízo de valor):
Precisamos discutir (e muito bem) toda esta situação.
Estes movimentos, quando aparecem, são sufocados, mas não significa realmente dizer que foram apagados ou extintos. Equivale a fechar uma porta para evitar a passagem de fumaça sem antes debelar as chamas.
Perguntas que os sociólogos e antropólogos nunca fizeram e que gerariam uma reflexão mais ampla e calcadas na racionalidade e não na pura emoção do momento:
1. De onde surgiu este movimento?
2. Quem participa dele? São camadas de que estrato social, se é que existe um específico?
3. Qual sua REAL motivação? Seria a falta de atenção que recebemos das nossas autoridades? Se a essência do 'rolezinho' é REALMENTE se fazer notar, então, todos nós, não teríamos alguma reivindicação a justificar um rolê?
4. Seria o rolê uma nova forma de manifestação?
Mas, o que pretendemos REALMENTE com os rolês: exigir que nossos direitos sejam concedidos e respeitados ou SIMPLESMENTE levantarmos uma bandeira sem lema e depois desaparecermos?
Afinal, já vimos isso ANTES. E esse ANTES é bem RECENTE, não?
E aí?

E isso.